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Português
Olá a todos, espero que estejam bem. Atualmente, estou no processo de produção de um curta-metragem documental intitulado Céu do Congo - Território em Diáspora. Gostaria de compartilhar um pouco sobre o desenvolvimento deste filme, que tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2024 em festivais de cinema ao redor do mundo."
Mestre Tagibe de Roda D'água foto por @analuzes
O projeto audiovisual do documentário “Céu do Congo: território em
diáspora” pretende, essencialmente, capturar a riqueza de subjetividades que
constituem o território Céu do Congo, engendrando um espaço-tempo
imagético/sonoro muito mais interessado em provocar a experiência sensível
do que se empenhar na busca de um registro convencional da realidade. Para
isto, o diretor Thiago Souza opta por uma construção não-linear deste espaçotempo,
onde as premissas trazidas pelo pesquisador André Luiz Moreira - e as
elucubrações em torno dos conceitos de território e diáspora a partir de uma
cosmovisão africanista - serão traduzidas em obra-imagem.
Equipe do fotografia foto por @analuzes
Esta metodologia não demove o caráter etnográfico do documentário, que apresentará uma zdimensão fundamentada no cinema de observação, na medida que se deixa
influenciar por obras emblemáticas da filmografia etnográfica capixaba, como
“Mestre Pedro de Aurora – Pra ficar menos custoso” (1978) e Canto para a
liberdade - a festa do Ticumbi (1978), ambas de Orlando Bomfim Netto; e O
Mastro do Bino Santo (1971), de Ramon Alvarado. Esta proposição de
encenação-direta será utilizada preferencialmente no registro das celebrações
ritualísticas e encontros de bandas de congo, se posicionando dentro da
narrativa como imagens de apoio, como recursos de transição ou como
composição estética. Porém, no intuito de edificar um mundo-imagem que dê
conta de traduzir os elementos essenciais de uma tradição não-ocidental e
não-cartesiana, que se posiciona no limiar entre o ser e o não-ser - entre o
visível e o não-visível - Thiago Souza opta por modular estratégias narrativas
que escapam do conceito clássico de cinema observacional, produzindo
espaços cênicos que deverão se aproximar do status representacional
presente na interpretação artística.
Thiago Souza e Eustarley Barone foto por @analuzes
Este dispositivo fílmico deverá ser utilizado não como uma modalidade explícita de reencenação autobiográfica, mas como
performance lúdica que dimensione com organicidade as representações
culturais que coexistem ancestralmente no território Céu do Congo. Para este
formato, serão utilizados como referência regimes de imagens derivados da
linguagem de documentário musical, como “A Sede do Peixe” (1997) e Temporei
(1996), de Lula Buarque de Hollanda; e de performances de vídeo-arte afrocentradas,
como “Transmutação da Carne” (2015), de Ayrson Heráclito.
Yury Aires, Gabriel Moreira e Thiago Souza foto por @analuzes
Em relação à fotografia, o diretor Yury Aires se associa ao projeto,
trazendo uma concepção estética amadurecida pela influência dos grandes
fotógrafos do cinema brasileiro, como Walter Carvalho, César Charlone e Alziro
Barbosa. Pela natureza do material fílmico, fica evidente a predileção pela luz
natural, que no terreiro do Céu do Congo incide de forma singular, isto porque
a disposição do arvoredo remanescente da mata originária produz infinitas
possibilidades de composição entre luz e sombra ao longo do dia. Este cenário
será explorado de forma a implicar diferentes texturas, conferindo
dramaticidade poética à narrativa do filme. Nas cenas noturnas os recursos de
iluminação artificial serão utilizados para manter esta mesma dinâmica, em que
os contrastes de luz e sombra dialogam com os contornos formados pelo
ambiente natural.
André Moreira, Gabriel Moreira e Thiago Souza
English
Hello everyone, I hope you are well. I am currently in the process of producing a short documentary called Congo Sky - Territory in diaspora, I would like to share a little of the process of the film that is scheduled for release in the first half of 2024 at film festivals around the world.
Mestre Tagibe de Roda D'água foto por @analuzes
The audiovisual project of the documentary "Congo Sky: territory in
diaspora" intends, essentially, to capture the richness of subjectivities that
constitute the Sky territory of the Congo, engendering a space-time
imagery/sound much more interested in provoking the sensible experience
than to engage in the search for a conventional record of reality. Towards
In this way, director Thiago Souza opts for a non-linear construction of this space-time,
where the premises brought by the researcher André Luiz Moreira - and the
elucubrations around the concepts of territory and diaspora from a
Africanist worldview - will be translated into image-work.
Equipe do fotografia foto por @analuzes
This methodology does not detract from the ethnographic character of the documentary, which will present a dimension based on observational cinema, to the extent that it is allowed to
influenced by emblematic works of Espirito Santo's ethnographic filmography, such as"Mestre Pedro de Aurora – Pra ficar menos custoso" (1978) and Canto para a
liberdade - a festa do Ticumbi (1978), both by Orlando Bomfim Netto; and
Mastro do Bino Santo (1971), by Ramon Alvarado. This proposition of
Direct staging will preferably be used in the recording of the celebrations
rituals and meetings of Congo bands, positioning themselves within the
narrative as supporting images, as transitional features, or as
aesthetic composition. However, in order to build an image-world that gives
translating the essential elements of a non-Western tradition and
non-Cartesian, which stands on the threshold between being and non-being - between the
visible and non-visible - Thiago Souza chooses to modulate narrative strategies
that escape the classic concept
Thiago Souza e Eustarley Barone foto por @analuzes
This filmic device should be used not as an explicit modality of autobiographical re-enactment, but as a
playful performance that organically dimensions the representations
that coexist ancestrally in the Céu do Congo territory. To this one
format, image regimes derived from the
music documentary language, such as "A Sede do Peixe" (1997) and Temporei
(1996), by Lula Buarque de Hollanda; and Afrocentric video-art performances,
such as "Transmutation of the Flesh" (2015), by Ayrson Heráclito.
Yury Aires, Gabriel Moreira e Thiago Souza foto por @analuzes
Regarding photography, director Yury Aires is associated with the project,
bringing an aesthetic conception matured by the influence of the great
Brazilian film photographers, such as Walter Carvalho, César Charlone and Alziro
Barbosa. From the nature of the filmic material, the predilection for light is evident
in the terreiro do Céu do Congo it has a singular impact, because
The arrangement of the remaining grove of the original forest produces infinite
Possibilities of composition between light and shadow throughout the day. This scenario
will be explored in order to imply different textures,
poetic drama to the film's narrative. In the night scenes, the features of
artificial lighting will be used to maintain this same dynamic, in which
The contrasts of light and shadow dialogue with the contours formed by the
natural environment.
André Moreira, Gabriel Moreira e Thiago Souza
thats so nice bro. keep going. amazing work ye
Thank you my friend, let's continue the toil of Brazilian art
Super produção!! Tenho certeza que o resultado vai ser lindo!
Estamos trabalhando para ser, obrigado!!