Memoir Monday #51 (2/23-3/2): Choosing and suffering alike

O tema desta semana é bastante forte na minha opinião, porque sinto que cada vez mais está trazendo coisas muito pessoais e íntimas de mim que já havia deixado no passado, mas que não me sinto desconfortável ou envergonhado de falar e lembrar, porque tudo isso é uma parte importante da minha vida e eu sempre me lembro da origem e de onde venho para poder seguir em frente no presente.


Se houve um momento na minha vida em que senti meu coração ir de um lado para o outro, foi o fato de que eu tive que tomar uma decisão em uma idade jovem que me causaria muita dor, mas que tomei com toda a maturidade do mundo.


Lembro-me de que tinha 18 anos e ainda estava estudando engenharia de sistemas. Naquela época eu estava solteiro, meu foco era praticamente dedicar-me aos estudos, mas também estava passando por um período bastante turbulento, acho que por causa do choque de hormônios e tudo o que vem com ser adolescente, eu estava realmente um pouco perdido.


Naqueles dias, conheci duas pessoas, uma delas acabou se tornando a melhor amizade do mundo para mim, ele era um jovem muito atencioso e humilde. Eu poderia dizer que gostava muito dessa pessoa, mas não tinha certeza de que era para um relacionamento sério, eu não estava pronto para isso, ou melhor, não sabia como fazê-lo direito.


Mas, no final do dia, essa pessoa era muito importante para mim, ele me fazia sentir seguro, protegido e, de certa forma, amado de uma maneira amigável ou familiar. Essa pessoa foi quem me ensinou a beijar como presente pelo meu aniversário de 18 anos, isso pode parecer loucura, mas é verdade, ele me ensinou a beijar, mas no final ficou impressionado com o quão bem eu fiz ao longo do tempo.


Acho que por causa dessa proximidade física e do fato de que permiti que ele fosse a única coisa que eu deixei ele me segurar, ele se apaixonou por mim. Não tenho certeza se senti o mesmo por ele, o que eu sabia com certeza é que tinha medo de perder aqueles sentimentos de segurança que eu tinha estando com aquele cara que era meu melhor amigo.


Com o tempo, continuamos como no início, nos beijávamos, nos amávamos, éramos atenciosos um com o outro e ele me visitava quase todos os dias na minha universidade quando saía da aula.


Passou algum tempo quando conheci uma pessoa por quem me apaixonei, embora passasse muitas horas com meu melhor amigo, com essa outra pessoa eu passava quase o dia todo. Era alguém que eu amava tanto que mudei minha carreira (e sou grato por tê-lo conhecido nesse sentido, porque realmente não gostava do que estava estudando).


Esta pessoa me fez sentir não apenas seguro, mas também que eu poderia ser livre, ser eu mesmo, usar minha voz e meus sentimentos sem qualquer vergonha e ir atrás do que eu realmente queria.


Meu melhor amigo sabia de tudo e até me avisou que estava saindo com outros caras, mas continuamos nos vendo como amigos, mas daqueles que se beijam na boca hahaha. Bem, nenhum de nós tinha algo sério com mais ninguém.


Mas não demorou muito para isso mudar porque eu decidi aceitar me tornar o parceiro do cara que eu realmente gostava, e meu melhor amigo com o tempo, eu acho, também se tornou parceiro de outra pessoa.


O problema é que prometemos não tentar ter um relacionamento para não perder nossa amizade, algo muito valioso para nós dois. Mas a verdade é que, para mim, foi um pouco fácil seguir as regras da nossa promessa, mas para meu melhor amigo, não foi; ele até roubava beijos que eu acabava rejeitando porque me sentia mal pelo meu parceiro.


Isso de alguma forma fez nossa amizade se interpor em meu relacionamento, e eu honestamente não sabia que decisão tomar porque sabia que qualquer uma delas doeria muito. No entanto, depois de pensar muito bem, conversei com meu melhor amigo naquela época, e ele de alguma forma se sentiu magoado porque pensou que realmente poderia ter uma amizade comigo, mas não conseguia lidar com o que realmente sentia por mim.


Claro, isso me fez duvidar muito dos meus sentimentos, mas eu não estava disposto a perder ambas as coisas: o amor que eu tinha pelo meu parceiro e a importância ou talvez... o amor que eu sentia pelo meu melhor amigo. No entanto, eu não podia ficar com os dois, então, de uma forma ruim, acabamos nos separando, enquanto eu continuava com meu relacionamento.

Eu pensei que, com o tempo, meu melhor amigo me perdoaria por não escolhê-lo, mas eu sentia que era a coisa certa a fazer. Eu já estava em um relacionamento, e deveríamos concordar em ficar juntos sem tentar um relacionamento que pudesse arruinar tudo.


Acho que essa pessoa ainda sente um pouco de raiva por causa da promessa de não ter um relacionamento, de não tentar, e que até hoje, não nos falamos como se fôssemos completos estranhos.


E claro, eu me senti muito mal por um tempo, e até pensar nisso novamente me faz sentir como uma pessoa má. Mas qualquer caminho que eu fosse tomar, eu me sentiria da mesma forma, então esse foi o momento da minha vida em que meu coração sofreu de um jeito ou de outro.