[EN/PT-BR] Awards for bodysurfers who ride high-risk waves | As premiações e as ondas dos bodysurfers que surfam ondas de alto risco

in SurfHive8 months ago

English [🇺🇸]

Hi everyone!

As we already know, Brazil is a breeding ground for great bodysurfers and has been very well represented in and out of competitions, in large and small seas, in tubes and in full waves.

The fact is that Brazilian bodysurfers have stood out and raised the level of this sport every day. We broke paradigms with several athletes brave peaks that until then many people said were impossible to think about bodysurfing.

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Photo: Fabio Russo in a big wave in Rio de Janeiro, captured by Fernando Amorim.

Anyone who lives in this “world” of bodysurf knows that those who practice the sport are very united and this was proven again a few days ago. When the Brazilian Big Wave Awards – Extreme Boardriders 2020 event was announced, an intense mobilization took place in instant messaging groups and on social networks.

This is because the event, which aims to reward the biggest and most impressive waves surfed on the Brazilian coast, through photographic and video recordings, announced which modalities could participate. And guess what… bodysurfing wasn’t one of them. Surfing, Tow-in, Kitesurfing, Bodyboarding and SUP were there. And perhaps what was not anticipated was the avalanche of comments that hit the post made on Instagram, which requested the reconsideration of the regulations and the inclusion of bodysurfing.

Firstly, the organization positioned itself by emphasizing that the award was aimed at board sports. However, bodysurfers and supporters of this sport, from all over Brazil, immediately argued that bodysurfing is often practiced with a board, called a handboard / handplane. In other words, the justification that the sport did not fit the mold of the event no longer made sense.

Hundreds of comments solidified the importance of bodysurf being at this event and here I need to mention Rodrigo Soares. He has been a practitioner of all types of wave sports and bodysurfer for 40 years. Rodrigo commented that in Hawaii, when bodysurfing at Pipeline or any other peak, even if you are an unknown bodysurfer, you receive the respect of the bravest locals.

So, I talked to Rodrigo after reading his comment and he told me that on the first wave he caught in Hawaii, next to Pipeline, he ended up tailing an older Hawaiian longboarder. “I rode the wave a lot and only at the end did I notice the tail. I got ready to take my first Hawaiian drink and, to my surprise, the guy praised my performance on the wave”, recalled Rodrigo.

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Photo: Mel Thoman in the dreaded wave of The Wedge, recorded by Visuals.

And in his view, the inclusion of bodysurf in big wave awards shows that the unity and strength of practitioners are a big difference, given the organizers' recognition of including a sport that does not use a board in an event that is focused on sports. board.

“This only confirms the view that bodysurf is the true link between the other modalities and that we are reaching a level of maturity without losing the essence. Mainly the essence constituted by the property of sum and not division”, states Rodrigo.

And if we're talking about an event that rewards big, impressive waves, how can we not talk about bodysurfers who ride high-risk waves?

In 2017, Fabio Eller “Russo” challenged the limits and raised the level of radicality in bodysurfing at Laje da Besta, in Rio de Janeiro. He says that he feels proud to say that in the magical and huge wave of the Beast, the one who went there for the first time and fell in the pure paddle was the chest surfer.

In the future, when people tell the stories of that wave mythologized since the 16th century, with the arrival of the Portuguese through Guanabara Bay, they will have to say that the first people to surf there without the help of a watercraft were bodysurfers. At that time the feat was unprecedented for bodysurfing and in the eyes of few people it could one day be possible.

Julio Cesar “Kamikaze”, better known as JC, always talked about the Beast wave and how he would like to try surfing there. Maurício Jordan, another bodysurfer from Rio de Janeiro, organized everything and the guys went on this mission to surf a giant bodysurf wave, which ended up being successful and brought a lot of visibility to the sport.

For Fabio Russo, just like surfing and bodyboarding, bodysurfing in big waves is evolving. He says that breast surfers are not new to catching big waves, as this has been happening since the 80s with old school guys.

“If today bodysurf has had great achievements like the big wave event, the old guys have to be valued, because they inspired us and still inspire us with the attitudes they had”, says Russo. For him, bodysurfing is like an art and he sees the inclusion of this sport in big wave award events as a collective and historic achievement for its practitioners.

To finish today's text, I'll leave you with a quote from Fabio Russo: “Regardless of the size of the wave we ride, our sport is much more than just one size of the wave. The unity of all sportspeople is the most important thing.”

Long live bodysurfing, long live the sea!

Aloha, see you soon!


About me
Physical education teacher, PhD student, content creator, bodysurfer and nature lover. Get to know me better here!

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Português [BR]

Aloha, galera!

Como já é de conhecimento, o Brasil é um celeiro de grandes praticantes do bodysurf e tem sido muito bem representado dentro e fora de competições, em mares grandes e pequenos, nos tubos e nas ondas cheias.

O fato é que os bodysurfers brasileiros têm se destacado e elevado o nível desse esporte a cada dia. Quebramos paradigmas com vários atletas desbravando picos que até então muita gente dizia serem impossíveis para se pensar em bodysurf.

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Foto: Fabio Russo em uma onda grande no Rio de Janeiro, registrado por Fernando Amorim.

Quem vive nesse “mundo” do bodysurf sabe que os praticantes do esporte são bastante unidos e isso foi novamente comprovado dias atrás. Quando foi anunciado o evento Prêmio Brasileiro de Ondas Grandes – Extreme Boardriders 2020, uma mobilização intensa ocorreu nos grupos de mensagens instantâneas e nas redes sociais.

Isso porque o evento que visa premiar as maiores e mais impressionantes ondas surfadas no litoral brasileiro, através de registros fotográfico e de vídeo, divulgou quais modalidades poderiam participar. E adivinha… o bodysurf não era uma delas. Estavam lá o Surf, Tow-in, Kitesurf, Bodyboard e SUP. E talvez o que não estava previsto era a avalanche de comentários que atingiu a publicação feita no Instagram, onde era solicitada a reconsideração do regulamento e a inclusão do bodysurf.

Primeiramente, a organização se posicionou enfatizando que o prêmio era voltado para esportes com prancha. Contudo, imediatamente bodysurfers e simpatizantes deste esporte, de toda as partes do Brasil, argumentaram que por muitas vezes o bodysurf é praticado com uma prancha também, chamada de handboard / handplane. Ou seja, a justificativa de que a modalidade não se encaixava nos moldes do evento já não fazia mais sentido.

Centenas de comentários solidificaram a importância do bodysurf estar nesse evento e aqui preciso citar Rodrigo Soares. Ele é praticante de todas as modalidades de esportes de onda e bodysurfer há 40 anos. Rodrigo comentou que no Havaí, ao entrar de bodysurf em Pipeline ou qualquer outro pico, mesmo sendo um bodysurfer desconhecido, você recebe o respeito dos locais mais corajosos.

Então, conversei com Rodrigo após ter lido seu comentário e ele me contou que na primeira onda que ele pegou no Havaí, ao lado de Pipeline, acabou rabeando um longboarder havaiano mais velho. “Andei muito na onda e só ao final percebi a rabeada. Me preparei para tomar o primeiro esporro havaiano e, para minha surpresa, o cara elogiou a minha performance na onda”, relembrou Rodrigo.

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Foto: Mel Thoman na temida onda de The Wedge, registrado por Visuals.

E em sua visão, a inclusão do bodysurf em premiações de ondas grandes demonstra que a união e a força dos praticantes são um grande diferencial, haja vista o reconhecimento dos organizadores em incluir uma modalidade que não usa prancha em um evento que é focado em esportes de prancha.

“Isso só confirma a visão de que o bodysurf é o verdadeiro elo entre as demais modalidades e que estamos atingindo um grau de maturidade sem perder a essência. Principalmente a essência constituída da propriedade da soma e não da divisão”, afirma Rodrigo.

E se estamos falando de um evento que premia ondas grandes e impressionantes, como não falar sobre bodysurfers que pegam onda de alto risco?

Em 2017, Fabio Eller “Russo” desafiou os limites e elevou o nível de radicalidade do bodysurf na laje da Besta, no Rio de Janeiro. Ele conta que se sente orgulhoso em falar que na onda mágica e enorme da Besta, quem foi lá pela primeira vez e dropou na remada pura foi o surfe de peito.

No futuro, quando as pessoas forem contar as histórias daquela onda mitificada desde o século 16, com a entrada dos portugueses pela Baía da Guanabara, terão que falar que os primeiros a surfarem lá sem ajuda de moto aquática foram os bodysurfers. Naquela época o feito era até então inédito para o bodysurf e a aos olhos de poucas pessoas isso poderia ser possível algum dia.

Julio Cesar “Kamikaze”, mais conhecido como JC, sempre falava sobre a onda da Besta e como gostaria de tentar surfar lá. Maurício Jordan, outro bodysurfer do Rio de Janeiro, organizou tudo e a galera partiu nessa missão de surfar onda gigante de bodysurf, que acabou dando certo e que trouxe muita visibilidade para a modalidade.

Para Fabio Russo, assim como aconteceu com o surf e com o bodyboard, o bodysurf em ondas grandes encontra-se em evolução. Ele conta que não é de hoje que surfistas de peito pegam ondas grandes, pois isso já vem desde a década de 80 com os caras das antigas.

“Se hoje o bodysurf teve grandes conquistas como essa do evento de ondas grandes, a galera das antigas tem que ser valorizada, porque nos inspiraram e nos inspiram ainda pelas atitudes que tiveram”, afirma Russo. Para ele o bodysurf é como uma arte e vê a inclusão desse esporte em eventos de premiação de ondas grandes como uma conquista coletiva e histórica de seus praticantes.

Para finalizar o texto de hoje, deixo aqui uma frase do Fabio Russo: “Independente do tamanho de onda que dropamos, nosso esporte é muito mais do que um tamanho de onda. A união de todos os esportistas é o mais importante”.

Viva o bodysurf, viva o mar!

Aloha, até a próxima!


Sobre mim
Professora de educação física, doutorado em andamento, criadora de conteúdo, bodysurfer e amante da natureza. Clica aqui pra me conhecer melhor!

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